Basílica de Santa Maria Maior: História, Relíquias e Devoção em Roma

A Basílica de Santa Maria Maior (Santa Maria Maggiore) é uma das igrejas mais importantes de Roma e um verdadeiro tesouro da fé cristã.

Localizada no Monte Esquilino, ela guarda uma história marcada por milagres, relíquias preciosas e obras de arte que atravessam séculos de devoção à Mãe de Deus.

Neste artigo, você vai conhecer a origem milagrosa da Basílica, suas principais capelas e relíquias sagradas, e os papas que nela estão sepultados.

História da Basílica de Santa Maria Maior

Segundo a tradição, no ano 358, a Virgem Maria apareceu em sonho ao Papa Libério e ao patrício romano João, pedindo que fosse construída uma igreja dedicada a Ela no local onde, milagrosamente, caísse neve.
No dia 5 de agosto, em pleno verão romano, uma inesperada nevasca cobriu parte do Monte Esquilino, indicando o terreno escolhido.
Atendendo ao sinal celestial, o Papa Libério mandou erguer ali a primeira igreja dedicada à Mãe de Deus no Ocidente.

A construção da atual Basílica remonta ao século V, sob o pontificado do Papa Sisto III (432–440), após o Concílio de Éfeso (431), que proclamou solenemente Maria como Theotókos (Mãe de Deus).

A festa de Nossa Senhora das Neves, celebrada anualmente no dia 5 de agosto, recorda esse milagre que deu origem à Basílica.

Expressões da Fé na Arte e na Arquitetura Sacra

  • Mosaicos Paleocristãos: datados do século V, os mosaicos da nave e do arco triunfal são alguns dos mais antigos e importantes de Roma, representando cenas do Antigo Testamento e a infância de Cristo.

  • Teto Dourado: o teto da nave, obra do século XV, foi revestido com o primeiro ouro trazido da América, oferecido pelos Reis Católicos da Espanha.

  • Capela Paulina: também conhecida como Capela Borghese, abriga o ícone milagroso da “Salus Populi Romani”, uma imagem da Virgem Maria especialmente venerada. A tradição atribui a pintura ao Evangelista São Lucas.

  • Capela Sistina: (não confundir com a do Vaticano), construída por ordem do Papa Sisto V, é uma das mais belas da basílica, destacando-se pela sua arquitetura imponente e pelo seu riquíssimo tabernáculo.

As Relíquias Sagradas

A Basílica de Santa Maria Maior guarda preciosas relíquias que, há séculos, atraem fiéis e peregrinos movidos pela fé, para pedir graças, agradecer bençãos recebidas e renovar a confiança em Deus diante das dificuldades da vida.

Ali, o coração encontra consolo, esperança e força espiritual, num lugar onde o Céu toca a terra com ternura.

  • A relíquia do Santo Berço: tábuas da manjedoura de Belém estão guardadas em um belíssimo relicário sob o altar central da Basílica.

  • Relíquias de santos e mártires preservadas em altares e capelas. Entre as mais importantes estão os restos mortais de São Matias e São Jerônimo. Na Capela do Crucifixo, localizada no lado esquerdo da Basílica, há vários relicários preciosos. O ambiente é silencioso e acolhedor, ideal para a oração diante do antigo crucifixo do século XV e das relíquias ali guardadas.

Papas Sepultados

A Basílica de Santa Maria Maior é também o local de sepultamento de oito Pontífices:

  • Honório III (†1227)

  • Nicolau IV (†1292)

  • São Pio V (†1572)

  • Sisto V (†1590)

  • Clemente VIII (†1605)

  • Paulo V (†1621)

  • Clemente IX (†1669)

  • Francisco (†2025)

Além dos papas, a Basílica abriga também os túmulos dos cardeais Guido Ascanio Sforza di Santa Fiora e Alessandro Sforza, assim como os do escultor Pietro Bernini e de seu filho Gian Lorenzo Bernini, um dos maiores nomes do barroco italiano.

Conclusão

A Basílica de Santa Maria Maior não é apenas uma das maiores expressões da arte cristã no mundo, mas um verdadeiro refúgio da fé, onde os corações se voltam à Mãe de Deus com confiança filial. Diante de seus altares, sob os mosaicos que narram a encarnação do Verbo e diante das relíquias sagradas que testemunham o amor dos mártires, o peregrino encontra consolo, paz e esperança.

Neste lugar santo, Maria Santíssima continua a acolher seus filhos, oferecendo-lhes o colo materno e apontando sempre para Cristo, o único Salvador. Visitar Santa Maria Maior é deixar-se envolver por essa presença viva da Mãe, que desde Roma intercede por seus filhos espalhados pelo mundo.

Localização e Visitas

A Basílica de Santa Maria Maior está situada na Piazza di Santa Maria Maggiore, no bairro do Esquilino, próximo à Estação Termini.

A basílica é aberta diariamente para visitas e Santas Missas. A entrada é gratuita, mas algumas áreas especiais podem requerer uma pequena contribuição.

Celebrações e Horários:

https://www.basilicasantamariamaggiore.va/pt/vita-liturgica/celebrazioni-e-orari.html

Sugestão de Leitura:

As Basílicas Papais de Roma: História, Relíquias, Arte e Localização

Escada Santa em Roma: História, Relíquia e Devoção

 

Fachada monumental da Basílica de Santa Maria Maior, com destaque para o campanário e as esculturas barrocas em Roma.
Fachada grandiosa da Basílica de Santa Maria Maior, uma das quatro basílicas papais de Roma.
Relicário com tábuas da manjedoura de Cristo na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
Relicário que conserva tábuas da manjedoura de Cristo.
Ícone da Salus Populi Romani, venerado na Capela Paulina da Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
Ícone da Salus Populi Romani, venerado pelos romanos, exposto na Capela Paulina.
Capela Sistina da Basílica de Santa Maria Maior, com o esplêndido tabernáculo do Santíssimo Sacramento.
Capela Sistina, onde está o belo tabernáculo do Santíssimo Sacramento.
Maria Santíssima com o Menino Jesus em espaço de oração na Basílica de Santa Maria Maior, Roma.
Imagem de Maria Santíssima com o Menino Jesus.

Créditos de imagem: Arquivo pessoal.

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