O perdão ao próximo é um ato central da fé cristã, refletindo o amor e a misericórdia de Deus. É visto como uma imitação do perdão que Deus concede aos homens por meio de Jesus Cristo. O perdão ao próximo envolve: reconhecimento do erro, arrependimento, renúncia á vingança, e oração.
O Catecismo nos ensina “este mar de misericórdia não pode penetrar em nosso coração enquanto não tivermos perdoado aos que nos ofenderam. O amor, como o Corpo de Cristo, é indivisível: não podemos amar a Deus que não vemos, se não amamos o irmão, a irmã, que vemos. Recusando-nos a perdoar nossos irmãos e irmãs, nosso coração se fecha, sua dureza o torna impermeável ao amor misericordioso do Pai; confessando nosso pecado, nosso coração se abre á sua graça.” (CIC, 2840)
Nos ensina Santo Agostinho: “Perdoa as ofensas, coloca um ponto final nas querelas e, acima de tudo, vence-te a ti mesmo.”
O Perdão Entre Amigos: A História de Lucas e Pedro
Lucas e Pedro eram amigos de infância, inseparáveis desde os primeiros anos de escola. Compartilhavam sonhos, segredos e uma paixão pelo futebol. Cresceram juntos em uma pequena cidade, onde todos conheciam e admiravam a amizade entre os dois.
Um dia, no entanto, uma mal entendido surgiu entre eles. Pedro ouviu rumores de que Lucas havia falado mal dele para outros amigos. Sentindo-se traído e magoado, Pedro confrontou Lucas com raiva. Lucas, por sua vez, ficou surpreso e negou as acusações, mas a tensão entre eles aumentou. Sem resolver a situação, os dois se afastaram.
Os dias se transformaram em semanas, e as semanas em meses. Ambos sentiam a ausência do outro, mas o orgulho e a mágoa os impediam de dar o primeiro passo para a reconciliação. O silêncio entre eles era pesado, e a amizade que antes era motivo de alegria agora trazia tristeza.
Certo dia, durante uma Missa na igreja local, o Padre falou sobre o perdão, citando as palavras de Jesus em Mateus 18:21-22: “Então Pedro se aproximou dele e disse: “Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” Respondeu Jesus: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” Essas palavras tocaram profundamente Lucas e Pedro, que estavam presentes na congregação.
Ao sair da igreja, ambos sentiram um impulso irresistível de agir. Coincidentemente, encontraram-se no pátio. Houve um momento de hesitação, mas então Lucas, com o coração cheio de arrependimento, disse: “Pedro, sinto muito se te magoei. Nunca quis que nossa amizade chegasse a isso.”
Pedro, emocionado, respondeu: “Eu também sinto muito, Lucas. Deveria ter confiado em ti e conversado antes. Nossa amizade vale muito mais do que qualquer mal-entendido.”
Os dois se abraçaram, e as barreiras que os separavam foram derrubadas. A sensação de alívio e paz que sentiram era indescritível. A mágoa e o orgulho deram lugar à alegria e à renovação da amizade.
Desde aquele dia, Lucas e Pedro se tornaram ainda mais próximos. Aprenderam que o perdão é uma força poderosa que pode curar e fortalecer os laços entre as pessoas. A história deles é um lembrete de que, mesmo nas relações mais profundas, o perdão é essencial para manter a paz e o amor vivos.
O perdão entre amigos, como ensinaram Lucas e Pedro, é um gesto de humildade e graça que transforma e enriquece a vida. Ao escolher perdoar, abriram a porta para uma amizade mais forte e uma vida mais plena e feliz.
Não permita que o rancor sobreviva ao pôr do sol; deixe-o morrer com o dia, abrindo caminho para um novo amanhecer de paz e liberdade.
Referências:
Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 1999.